Profissões do futuro ou futuro das profissões?

Estado de Minas, 11/07/2010 - Belo Horizonte MG
Profissões do futuro ou futuro das profissões?
Jaqueline Silveira Mascarenhas
Quando me perguntam quais são as profissões em alta e que, portanto, têm grande potencial para inserção no mercado e de desenvolvimento de carreira, a resposta é: todas! Como assim?, continuam a me indagar. É que, com o crescimento da economia e de tudo que envolve essa expansão, serão necessários muitos e muitos profissionais nos mais diferentes campos de atuação. Temos visto o quanto o segmento da construção civil está ativo e, com isso, profissionais das engenharias, da arquitetura, do paisagismo têm sido muito demandados. Mas, em efeito cascata, os segmentos da indústria moveleira, de decoração, de planejamento de ambientes, da indústria e comércio de eletroeletrônicos, de turismo e lazer têm movimentado o mercado de forma acelerada. Há oportunidades promissoras nos mais diversos níveis de formação e conhecimento. Mas esse mercado exige sólido conhecimento e experiência prática.

Atividades ligadas � sustentabilidade do planeta também fazem parte das profissões em alta. Com esse crescimento, todas as outras áreas são afetadas (positivamente), precisam e vão precisar cada vez mais de excelentes profissionais da área da saúde (prevenção, tratamento); das ciências humanas (gestão de pessoas, assessoria em recrutamento/seleção e
desenvolvimento de pessoal, coaching e orientação de carreira etc.); das ciências biológicas (ambientalistas, gestores de recursos hídricos etc.). E, ainda, o segmento de prestação de serviços de ensino (formação tradicional, escolas de idiomas, escolas técnicas), no qual há forte demanda de profissionais para ministrarem aulas, treinamentos, justamente para atender as diversas demandas de qualificações exigidas pelo mercado em geral.

Sedimentar a fala de quais são as “profissões do futuro” é olhar apenas por um foco. Todas as profissões (umas mais, outras um pouco menos) vão necessitar (e já estão necessitando) de profissionais capacitados, com ótima formação acadêmica e experiência prática, que consigam operacionalizar esses conhecimentos, aliandos-os às próprias competências interpessoais, principalmente a capacidade de lidar com desafios e contigências em um mercado cada vez mais competitivo e complexo. E mais, a preocupação com o futuro do planeta é uma discussão essencial e prioritária e não uma questão de modismo, e sim de sobrevivência. Profissões e profissionais vinculados ao tema realmente terão seu papl de destaque. No entanto, não podemos esquecer 
que serão necessárias várias operacionalizações para cuidar do assunto e, aí, profissionais de diferentes áreas vão estar, direta e indiretamente, envolvidos e, também, igualmente, serão destaque.

Um exemplo é o profissional da engenharia, que, embora possa não estar dentro de um grupo de discussão das questões ambientais e de sustentabilidade do planeta, certamente deverá estar sensibilizado para o assunto e de forma efetiva trabalhar com projetos que reduzam o desperdício, que otimizem o uso dos insumos e dos custos com eletricidade e água, tanto durante um projeto quanto depois. Outro exemplo é o dono de um restaurante, que troca o uso de um determinado material descartável por um retornável, reduzindo o descarte e, consequentemente, o lançamento de detritos destinados ao lixo. Então, falar em profissões do futuro é falar do futuro das profissões. Todas elas, sem exceção, vão requerer profissionais que tenham sensibilidade para com as questões que envolvam a vida e a sustentabilidade do planeta. Esse é o diferencial competitivo. Esse é o profissional do futuro. E esse é o futuro das profissões. Mestranda em administração, com especializações em recursos humanos e orientação profissional, gestora da área de Carreiras do Ibmec Minas
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