Para quem completou o ensino médio e deseja se profissionalizar, é indispensável um estudo continuado. Desta forma, é fundamental que o jovem conheça as opções disponíveis. Para continuar o estudo, a maior parte dos jovens recorre aos cursos de bacharelado e aos superiores de tecnologia. Mais tradicional, o curso de bacharelado é destinado àqueles que desejam ter uma visão mais completa das variadas áreas de atuação, e por isso, tem uma duração maior, que pode ir de quatro a seis anos. Há também uma outra modalidade mais recente, a formação como tecnólogo, liberada pela Lei de Diretrizes e Bases, em 1996. Esta tem a carga horária mais curta e é mais focada no mercado de trabalho.
Ainda na modalidade dos cursos de tecnólogos existe uma outra categoria: os cursos sequenciais, que duram dois ou dois anos e meio e são preferenciais para os estudantes que já definiram o que têm vontade de fazer e por isso querem entrar diretamente nas matérias | profissionalizantes, já que a grade curricular não inclui as matérias de base. Ou ainda para as pessoas que já exercem a profissão, mas que não têm o diploma. Talvez o principal receio dos jovens na hora de escolher qual tipo de curso optar seja em relação às especializações. No entanto, este costuma ser um grande erro, já que em ambas opções eles têm acesso aos cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. De acordo Ruy Leal, presidente da ONG Via de Acesso, na dúvida para escolher entre o curso de bacharelado e tecnólogo basta analisar os próprios interesses.
"Se eu quero ser essencialmente técnico, o melhor é fazer o tecnólogo, porque além de fazer um curso em menos tempo, já vou direto para a prática, não vou perder tempo com a teoria. Agora se tenho mais tempo para estudar, posso fazer um curso de 5 anos, acho que não quero ser apenas técnico, quero pensar na carreira de longo prazo, quero ter condições de ser um executivo da empresa, nesse caso, vou fazer a | graduação", explicou. Segundo ele, como algumas profissões no Brasil, como construção civil e na área de Petróleo e Gás têm enfrentado a falta de mão-de-obra especializada, muitas portas se abrem para o tecnólogo. Entretanto em outras áreas, ele ainda não foi totalmente descoberto, já que o curso de bacharelado existe há muito mais tempo na educação brasileira e é mais completo. Sendo assim, as empresas, do ponto de vista tradicional, acabam absorvendo com mais facilidade. Já na opinião do reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Fernando Gusmão, embora o curso de tecnólogos seja filosoficamente perfeito, a falta de compreensão ainda faz com que ele seja pouco absorvido. "As pessoas ao invés de optarem por este curso, preferem o de graduação regular. As próprias famílias por não conhecerem direito esta nova modalidade, querem investir para que o filho faça o bacharelado, que é uma formação mais ampla", relatou. |