Raça e educação

O Povo, 12/03/2010 - Fortaleza CE
Raça e educação
Marcos José Diniz Silva
No intuito de corrigir a grave a histórica exclusão social dos afrodescendentes, o governo federal vem implementando uma política de cotas nas universidades públicas para todos aqueles se consideram negros. Antes de tomar uma posição a favor ou contra, convém refletir. As políticas de inclusão de deficientes físicos, índios, mulheres, idosos e afrodescendentes, dos últimos governos da república brasileira, têm sua importância, embora também devam ser considerados seus limites para que não afetem os direitos comuns a todos os brasileiros.

O caso das cotas de vagas nas universidades, exclusivamente para negros ou os assim declarados, é no mínimo preocupante. Ressuscitar o -espetáculo das
raças-, muito ao gosto do século XIX, quando os desenvolvimentos da genética e das ciências sociais já sepultaram o paradigma racial, é um retrocesso. Muito embora se argumente que é necessário quitar os débitos da era escravista, realizar a segunda fase do abolicionismo, como apontara Joaquim Nabuco; não considero sensato nem producente o expediente da explicitação racial como elemento instituidor e legitimador de direitos sociais. Soluções afirmativas racialistas, paliativas e ideologizadas, somente incitarão o divisionismo e o preconceito.

A população brasileira de negros libertos, mestiços de todas as colorações e brancos pobres não fora de fato contemplada com a 
escola pública desde a nossa Independência. Escola esta que constituíra o principal fundamento do desenvolvimento e da democratização das nações. No Brasil, tanto o Estado imperial quando o republicano e suas elites negaram aos pobres de todas as cores, o acesso � educação de qualidade e universalizada. Nesse ponto, todos foram secularmente vítimas e excluídos. Caberia, portanto, cotas nas universidades públicas para alunos egressos da escola pública. Devendo esta ser transformada rápida e radicalmente em instituição capaz de solver as abismais desigualdades entre os brasileiros. Bastando, talvez, para isso, que os políticos de os níveis, do Executivo e do Legislativo, fossem obrigados a matricular seus filhos na referida escola.
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