Reflexão de fim de ano

Reflexão para o fim de ano

As festividades de passagem de ano são sempre um momento para avaliarmos as nossas experiências vividas e aprendermos com elas, depositando as nossas esperanças e convicções num futuro que se aproxima, e acertando as nossas contas com o passado. Nestes momentos torna-se de suma importância fazer uma auto-avaliação para que possamos corrigir os erros de outrora e avançarmos na direção de uma vida melhor.

A vida é inegavelmente a maior de todas as professoras, mas algumas de suas lições nos trazem muita dor e sofrimento, muito embora tenhamos vontade, não é possível fugir desta nossa condição metafísica de querer a tranqüilidade e a paz, mas de convivermos com as inconstâncias e as intempéries da vida.

Como dizia Sócrates, uma vida que não pode ser avaliada não merece ser vivida, pois, viver em sociedade significa conviver com a diferença e aprender a aceitá-la. Daí a importância de termos consciência do mundo que nos cerca, e de sabermos avaliar as nossas experiências para incorporá-las a nossa personalidade renovando as nossas esperanças.

A parábola que se segue foi desenvolvida no inicio do século XX pelo filósofo espiritualista libanês Gibran Kahlil Gibran é busca problematizar a condição humana, realçando a importância de amarmos a mudança e a diferença e de buscarmos transcender o nevoeiro das aparências, compreendendo as essências que se escondem por detrás dos fatos e dos discursos produzidos sobre eles. 

Vamos a ela:

A Tempestade

Pássaro e o homem têm essências diferentes. O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas; o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos. Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra. Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos. Muitos levantam a cabeça acima dos montes; mas sua alma jaz nas trevas das cavernas.

A civilização é uma arvore idosa e carcomida, cujas flores são a cobiça e o engano e cujas frutas são a infelicidade e o desassossego. Deus criou os corpos para serem os templos das almas. Devemos cuidar desses templos para que sejam dignos da divindade que neles mora. Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis, de suas tradições e de seu barulho.

Os endinheirados pensam que o sol, a lua e as estrelas se levantam dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos. Os políticos enchem os olhos do povo com poeira dourada e seus ouvidos com falsas promessas. Os sacerdotes aconselham os outros, mas não aconselham a si mesmos, e exigem dos outros, o que não exigem deles próprios. Vã é a civilização. E tudo o que nela está.

Cortar as distâncias, nivelar as montanhas, vencer os mares, tudo isso não passa de aparências enganadoras, que não alimentam o coração e nem elevam a alma. Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes, nada são senão cadeias douradas com os quais o homem se acorrenta deslumbrados com seu brilho e tilintar.

São os fios da tela que o homem tece desde o inicio do tempo sem saber que, quando terminar sua obra, terá construído a prisão dentro da qual ficará preso. Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, uma coisa só...

É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma. Quem o sente não o pode expressar em palavras. E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras. Faço votos para que os seres humanos aprendam a amar as tempestades em vez de fugir delas.

Se todo ano que se inicia é uma nova oportunidades de recomeçar, que recomecemos conscientes de nossas responsabilidades e sabedores do nosso papel de aprendizes e de que a simplicidade é o ultimo degrau da sabedoria

Luiz Carlos Bento

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